24 de fevereiro de 2011

Taxa de suicídio no Brasil sobe 17% em 10 anos

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24 de fevereiro de 2011
LISANDRA PARAGUASSU, LIGIA FORMENTI E RAFAEL MORAES - Agência Estado
Embora o Brasil não tenha tradição ou cultura suicida, o Mapa da Violência/2011, divulgado hoje pelo Instituto Sangari e o Ministério da Justiça, revela que, das três causas de mortalidade violenta, os suicídios foram os que mais cresceram na década de 1998-2008: 17% tanto para a população total quanto para a jovem (com idade entre 15 e 24 anos). As outras duas causas de morte violenta são os homicídios e os acidentes de transporte.
O Mapa revela uma característica especial entre os municípios com índices exageradamente elevados de suicídios: vários deles são sedes de assentamentos de comunidades indígenas. É o caso de Amambaí e Paranhos, em Mato Grosso do Sul, que encabeçam a lista de suicídios na população total; e Dourados, também em Mato Grosso do Sul, e Tabatinga, no Amazonas, que encabeçam a lista de suicídios juvenis.
Segundo o estudo, "o nível de suicídios do Brasil, em termos internacionais, pode ser considerado relativamente baixo". Com taxa total de 4,9 suicídios por 100 mil habitantes, o país ocupa a 73ª posição entre os 100 países pesquisados. Mas na faixa de idade entre 15 e 24 anos, a taxa é de 5,1 suicídios para cada 100 mil jovens. Essa taxa faz o País subir para a 60ª posição no ranking mundial. Há outra característica preocupante no Brasil. Os suicídios juvenis são menos frequentes, no mundo, que os suicídios adultos. Aqui, acontece o contrário.
Índios
O Mapa da Violência mostra que a taxa de suicídios indígenas é de 20 para cada 100 mil índios (quatro vezes a média nacional). Mato Grosso do Sul e Amazonas respondem por 81% dos suicídios entre essa população.
Entre os indígenas jovens, o Amazonas tem uma taxa de 101 suicídios para cada 100 mil . Em Mato Grosso do Sul a taxa chega a 446 para cada 100 mil. "Não resta dúvida de que, neste campo, deveríamos ter condições de formular, de forma rápida e emergencial, políticas e estratégias em condições de enfrentar esse flagelo", afirma o relatório.


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