26 de agosto de 2011

Visões de Pierre Lévy e Gilberto Gil se encontram em debate sobre a cibercultura

Publicada em 26/08/2011 ,O Globo



RIO - Um dos profetas da cibercultura, quem diria, quase foi sabotado por um aparelho quadrado e analógico. O filósofo francês Pierre Lévy não se entendeu com o equipamento de tradução simultânea e, após uma mexida aqui e outra ali, deixou-o de lado e resolveu tentar compreender o português baiano de Gilberto Gil. O músico e ex-ministro da Cultura, sua companhia no palco do Oi Futuro Flamengo na noite de quinta-feira, apenas ria do infortúnio do colega, com quem debatia o papel da palavra na cibercultura. Lévy falou de sua teoria do cérebro coletivo, segundo a qual um dia todos poderão dar significados e inserir emoções à fria lógica dos números que compõem os sistemas operacionais.
Nesse mundo, por exemplo, os aparelhos de tradução já estariam codificados numa grande rede. E mesmo um leigo nessa tecnologia conseguiria moldá-la para suas necessidades. Na teoria do pensador, o botão on-off seria um detalhe. Com um endereço na internet, os códigos que ditam o funcionamento desse equipamento poderiam ser modificados usando palavras.
- O cérebro global já existe: é a internet. O que precisamos computadorizar são significados e contextos, e assim criar a inteligência coletiva - afirmou Lévy para cerca de 80 pessoas que foram assistir a mais uma palestra do ciclo Oi Cabeça.
Sobre formigas e processos
A intrincada teoria ganhou contornos poéticos nas palavras de Gil, para quem seria interessante a ideia de uma inteligência coletiva que falasse "através de todos nós", mas que nunca tentasse dizer o que devemos fazer.
Estimulado pelo público, o francês deixou a abstração de lado para dar exemplos mais concretos. Comparando a Humanidade às formigas, ele disse que essa nova "camada" da web que propõe nos daria asas e, uma vez transformados em águias, poderíamos enxergar os processos - ou os caminhos traçados no formigueiro - como um todo, e não apenas uma parte. Gil gostou:
- As formigas criarão asas e poderão percorrer e enxergar o espaço - disse o ex-ministro, para quem nada "é impossível" quando se trata da curiosidade humana.
O que diria o pequeno aparelho de tradução de Lévy?


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