10 de abril de 2012

Jovens ganham voz em reunião prévia à Cúpula das Américas


Ana Gómez.Cartagena (Colômbia), 9 abr (EFE).- Os jovens abriram nesta segunda-feira as reuniões prévias à 6ª Cúpula das Américas em Cartagena das Índias como novos 'atores sociais oficiais', em uma cidade blindada pelas fortes medidas de segurança e onde há um policial ou militar para cada participante do encontro continental.
Jovens de Venezuela, Dominica, Bermudas, Argentina e Colômbia, entre outros países, iniciaram sua agenda nesta segunda-feira e após manterem alguns encontros prévios ofereceram uma entrevista coletiva na qual celebraram o fato de 'a bola estar no campo dos jovens'.
'Este é um fato histórico porque é a primeira vez em que os jovens são atores sociais oficiais', observou Luis Viguria, presidente da Young American Business Trust (YABT), inscrita junto à Organização dos Estados Americanos (OEA) para o 3º Fórum Juvenil das Américas.
Viguria lembrou que em cúpulas passadas, como a realizada na cidade argentina de Mar del Plata em 2005, a participação dos jovens se restringiu a apenas cinco minutos, enquanto na presente reunião estarão presentes em atividades até sexta-feira.
Embora já tenham ocorrido reuniões prévias nesta segunda-feira, a inauguração oficial desta Cúpula Social correrá a cargo da chanceler colombiana, María Ángela Holguín, nesta terça.
Estes jovens começaram a debater sobre os temas centrais da reunião: pobreza e desigualdade, segurança, desastres naturais, acesso e uso de novas tecnologias e integração física, para elaborar um documento que apresentarão na próxima sexta-feira aos Governos das Américas.
Além disso, a YABT exporá a partir desta terça-feira 36 projetos de empreendedores, entre eles um simulador argentino de êxito ou fracasso empresarial e uma linha de produtos naturais contra queda do cabelo e acne feitos com produtos indígenas mexicanos.
Os vencedores receberão um 'capital inicial e acompanhamento', segundo Viguria, e exibirão seus trabalhos a investidores interessados em desenvolver estes projetos.
Nesta segunda-feira, a cidade de Cartagena ficou lotada destes jovens, aos quais durante a semana se somarão representantes de organizações sociais, trabalhadores, afrodescendentes e indígenas, todos eles participantes da Cúpula Social.
Estes, junto às centenas de funcionários e jornalistas que chegaram a Cartagena para a cúpula, se misturam nas ruas com os frequentes turistas e os cerca de 15 mil membros da Polícia que velam pela segurança.
'Desenhamos um plano onde efetivamente pensamos em tudo que pode acontecer em uma cúpula', disse à Agência Efe o comandante da Força Naval do Caribe, o contra-almirante César Narváez, encarregado da segurança durante a reunião.
O alto oficial explicou que controlarão tudo que ocorrer no balneário colombiano desde três centros de operação, e que poderão atuar tanto perante a invasão de um edifício oficial como em um eventual atentado com explosivos.
De fato, seis robôs teleguiados dotados com câmaras e até um canhão para lançar água e explosivos intervirão sempre que o protocolo exigir, ou seja, depois que um agente e um cachorro treinado detectarem artefatos explosivos em algum ponto da cidade.
Assim explicou à Efe o major Giovanny Reina Garzón, coordenador da equipe especialista em explosivos da Polícia Nacional para a Cúpula das Américas, que ressaltou a importância de estar prevenido para qualquer eventualidade.
Algumas delegações internacionais das Cúpulas Social e Empresarial também começaram a chegar nesta segunda-feira a Cartagena, enquanto os chefes de Estado e de Governo da região farão o mesmo entre quinta e sexta-feira.
Os únicos líderes que não participarão da reunião serão o cubano Raúl Castro, que não foi convidado, e o equatoriano Rafael Correa, que resolveu não viajar a Cartagena em solidariedade com a ilha caribenha.
A Cúpula das Américas chegará a seu ponto de maior interesse com o encontro destes líderes no sábado e no domingo, no qual além dos cinco temas oficiais da reunião haverá lugar para revisar as políticas antidrogas, a necessidade de incluir Cuba nas próximas cúpulas e o conflito nas Malvinas. EFE

Nenhum comentário:

Postar um comentário