13 de abril de 2012

Venda de motos sobe mais que a de carros :e mortes tambeim



13/04/2012
 | Diário de São Paulo Online | Dia a Dia | SP



O mercado de motos está aquecido no Estado. Dados do ano passado da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) mostram que as vendas de automóveis caíram 3% e as de motos subiram 7%. Neste primeiro bimestre as vendas de autos caíram 0,4% e as de motos aumentaram 7%.
O especialista em mercado de motocicletas e criador do site Motos Blog , Daniel Ribeiro, atribui isso a motivos como o crédito facilitado, o baixo preço das motos mais populares e também lembra das características do trânsito brasileiro. Além das motos populares possuírem baixíssimos custos de manutenção e consumo de combustível, o trânsito é cada vez mais congestionado e há uma falência do sistema de transporte coletivo , comenta.
O mercado de automóveis também sofre com a restrição de crédito. Nesta quinta-feira em Brasília, o vice-presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras), Gilson Carvalho, disse que em cada 10 pedidos de financiamento para compra de veículos, cinco são recusados pelos bancos das montadoras por receio de inadimplência.
Comparações/ Um carro Gol 1.0, por exemplo, hoje pode ser encontrado a partir de R$ 30.970. Uma Honda CG150 Fan ESDi (o modelo 150cc da Honda com freio a disco mais barato) custa cerca de R$ 7 mil , já incluída a documentação inicial (IPVA, DPVAT, licenciamento e emplacamento).
Nos dois casos, veículos 0km. Os bancos financiam essas motos em até 48 vezes, mas no consórcio podem ser compradas em até 72 vezes.
O preço do seguro de carro mais barato no Estado, segundo as seguradoras, é do Ford Ka 1.0, que sai por R$ 1.263. Das motos, encontra-se a partir de R$ 600. Vale lembrar que os preços de seguro variam muito em razão do modelo, local, idade e até de acordo com o sexo do motorista. Apenas 25% dos motociclistas aprenderam na autoescola O crescimento do mercado de motos no país não trouxe só ganhos econômicos. O prejuízo da violência no trânsito também foi enorme.
De 1998 a 2008, o total de vítimas fatais cresceu 753,8% no país.
O Instituto Sangari, através do estudo Mapa da Violência, mostra que 1998 a 2008 as mortes em acidentes envolvendo motos passaram de 1.047 para 8.939. Divididos por estados, o trabalho só mostra os números de 2008. Em São Paulo foram 1.596 mortos. O levantamento foi realizado com base em certidões de óbito de todo o país.
O sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa, aponta que a vulnerabilidade dos motociclistas é de tal nível que sua letalidade em acidentes chega a ser 14 vezes maior que a dos ocupantes de automóvel.
Ele cobra uma legislação mais dura para coibir a imprudência e proteger motoristas e pedestres. Cláusulas que coibiam a condução perigosa, como ultrapassar entre faixas ocupadas por outros veículos, foram vetadas na aprovação do novo Código de Trânsito , critica.
Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo aponta que apenas 25% dos motoristas de motos aprenderam a dirigir em autoescola. A frota de motocicletas no estado chegou a 6,79 milhões de veículos em 2010, segundo o governo do estado de São Paulo.

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