26 de maio de 2012

Rio+20: Cúpula dos Povos divulga versão extraoficial do “rascunho zero”


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RIO - O grupo de articulação da Cúpula dos Povos divulgou, nesta sexta-feira, uma versão do “rascunho zero”, documento base para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), também conhecido como “O Futuro que Nós Queremos”. Segundo a entidade, ele estava sendo distribuído apenas aos grupos negociadores do texto. Entre os dias 29 de maio e 2 de junho haverá a última rodada de negociações em Nova York para definir o que será apresentado durante a cúpula em junho.
Citando como referência a organização Wikileaks, que ficou conhecida por colocar na Internet documentos tidos como secretos, a Cúpula dos Povos, composta por variados movimentos sociais, afirma que a divulgação do documento era “mantido fora do alcance do público pela ONU”. A Cúpula ainda garantiu que a iniciativa “é apenas a primeira da série que chamamos de Rio+Leaks”.






O grupo afirma que a ONU divulgou apenas a primeira versão do documento, que tinha 19 páginas, mas ele chegou a ter 150 páginas. Atualmente, segundo a divulgação da Cúpula, tem 80 páginas. A intenção durante a próxima rodada de negociações em Nova York é reduzi-lo.
“Nesta versão mais recente do ‘rascunho zero’, alguns parágrafos terminam com a frase ‘concordado ad ref‘, que significa que aqueles pontos e temas estão o mais próximo possível de um consenso geral. No entanto, são justamente esses parágrafos os mais vagos. Qualquer um que ler esses pontos vai concordar: ninguém se sente ameaçado”, afirmou em nota a antropóloga Iara Pietricovsky, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e membro do Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20.
Pilares econômico, social e ambiental continuam centrais no texto
Segundo Iara, a defesa dos três pilares do desenvolvimento sustentável – econômico, social e ambiental – permanece central na versão. Mas ela critica que apenas o pilar ambiental seja de fato discutido: “A ausência de capítulos referentes aos pilares social e econômico acentua o meio ambiente e ameniza a importância das outras dimensões”.
O texto cita o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), mas, segundo Iara, deveria haver uma ênfase aos pilares econômico e social. Além disso, ela afirma que movimentos sociais conseguiram incorporar no atual documetno suas reivindicações: das mulheres, dos movimentos de direito à água e, em parte, dos sindicados.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram apresentadas no documento, mas segundo Iara, sem menção ao modo como eles deverão ser implementados. “Há apenas propostas, sugestões e ideias que ficarão a cargo dos países implementar ou não”, criticou.

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