16 de agosto de 2012

Avanços na Educação do Rio ainda são insuficientes


de 

Numa visão geral, o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do ano passado, mostra o país voltado para a direção correta, mas com problemas de velocidade e ritmo.
Há bons resultados, sem dúvida. A cidade e o Estado do Rio de Janeiro conquistaram alguns deles. A rede fluminense emite sinais de que o secretário Wilson Risolia, apesar das resistências de origem sindical, avança no projeto de modernizar a estrutura estadual. De um Ideb estagnado em 2,8 nos três levantamentos anteriores, um dos mais baixos do país, o estado alcançou, em 2011, no ensino médio, o nível de 3,2, pouco acima da meta de 3,1. O avanço de 0,4 ponto foi o segundo maior do país, superado apenas por Goiás, embora seja o pior rendimento do Sudeste e o 15º do país.
Na cidade do Rio, cuja estrutura de ensino é mais bem estruturada, o destaque foi a avaliação dos alunos nas séries finais do ensino fundamental, em que o município obteve o maior crescimento da Federação: de 3,6 para 4,4, quinta melhor nota do ranking nacional. A secretária Cláudia Costin tem colhido bons resultados, a partir de uma política de reordenamento gerencial da rede, na qual se destacam o fim da aprovação automática — forma de mascarar o mau rendimento do aluno e, por tabela, do professor —, a execução de programas de realfabetização, para acabar com o analfabetismo funcional, e eliminação da defasagem entre a idade do estudante e a série em que está matriculado, por meio de aulas suplementares. Nas séries iniciais do ensino fundamental, o Ideb do município subiu de 5,1 para 5,4 e colocou a cidade como a sexta de melhor índice (abaixo de Florianópolis, Curitiba, Palmas, Campo Grande e Belo Horizonte).
O Rio, estado e cidade, precisa avançar mais, e com rapidez, na Educação, setor que deve ser quase tão prioritário quanto a Segurança. Por sinal, atividades que se interconectam, porque uma escola eficiente é salvaguarda para afastar jovens e crianças da criminalidade.
No quadro nacional, o Ideb confirma que a qualidade do ensino básico melhora: nas séries iniciais do ciclo fundamental, a meta, definida para as redes pública e privada, era de 4,6, e o Ideb foi de 5. Na parte final, a meta de 3,9 foi ultrapassada em 0,2 ponto, pelo Ideb de 4.1. No médio como um todo, o alvo de 3,7 terminou atingido.
A má notícia trazida pelo Ideb-2011 é que o rendimento do aluno cai à medida que ele chega ao ensino médio, e durante toda a parte final do ensino básico. O ensino médio aparece neste Ideb como uma espécie de buraco negro da educação brasileira. Neste ciclo, o avanço, no país, foi de ínfimo 0,3 ponto entre 2005 e 2011.
O ensino médio parece requerer uma terapia específica, diante não só destes índices mas também da grande evasão nele verificada. Não surpreendem as reclamações sobre a má qualificação da mão de obra que chega ao mercado de trabalho. Mais um dever de casa para governos e sociedade.

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