15 de agosto de 2012

Escolas particulares não atingem meta do Ideb


São Paulo é um dos três Estados do País que ficaram abaixo do índice estipulado pelo MEC

14 de agosto de 2012 | 18h 56

Bruno Deiro, de O Estado de S. Paulo

No ensino médio da rede particular, 60% dos Estados do País não atingiram a nota mínima esperado pelo governo no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para piorar, dois terços dos 20 Estados avaliados em 2009 apresentaram queda ou mantiveram a mesma média no levantamento divulgado nesta terça-feira, 14.
No ensino fundamental, a situação é menos preocupante. No ciclo de 1.ª a 4.ª série, 33% não atingiram a meta e apenas dois Estados tiveram queda de rendimento. Já entre os alunos de 5.ª a 8.ª série, metade das escolas avaliadas melhorou sua média.

Para especialistas, os números do ensino médio são frustrantes pelo fato de não refletir as vantagem que os alunos da rede privada têm em relação aos que estudam em escolas públicas.

A professora Silvia Colello, da Faculdade de Educação da USP, aponta que a falta de investimentos na atualização dos professores ajuda a explicar o mau desempenho. “As escolas particulares estão em um momento difícil de assegurar clientela e garantir a qualidade que demanda. Cobram mensalidades altas, mas funcionam como empresa e não valorizam o professor”, afirma.

Rede paulista
São Paulo é um dos três Estados do País que ficaram abaixo da meta do governo para escolas privadas nos três níveis avaliados pelo Ideb, ao lado do Distrito Federal e de Pernambuco. Nos últimos dois anos, no entanto, apenas o ciclo da 1.ª a 4.ª série não apresentou melhora na rede paulista.


Escola de Foz do Iguaçu é a nº 1 do País no Ideb

Com 8,6 pontos, turmas da 1ª a 4ª série colocaram colégio em destaque na avaliação do MEC

14 de agosto de 2012 | 17h 44

Fabíula Wurmeister, Especial para O Estado de S. Paulo

FOZ DO IGUAÇU – A Escola Municipal Santa Rita de Cássia, em Foz do Iguaçu (PR), obteve nota 8,6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2011, a maior do País nas séries iniciais do ensino fundamental. O segredo para o excelente desempenho dos cerca de 200 alunos, segundo a diretora Shirlei de Carvalho, está no envolvimento de toda a escola no compromisso de priorizar a educação de qualidade desde o pré-escolar e os reforços no contraturno escolar.
Shirlei diz ainda que a pontuação, divulgada nesta terça-feira, 14, reflete também um trabalho que vem sendo desenvolvido bem antes da avaliação promovida pelo Ministério da Educação (MEC) por meio da Prova Brasil, usada para compor o Ideb. “O nosso objetivo é formar bons alunos, independente destes testes de qualidade. Isso pode ser visto com o desempenho dos alunos em todos os anos e a vontade que eles têm de ficar na escola.”
Geovana Otembra, 11 anos, é uma das ex-alunas da Escola Santa Rita de Cássia que no ano passado fez a Prova Brasil, quando cursava a 4.ª série do ensino fundamental (agora 5.º ano). Ela precisou mudar para a rede estadual para dar sequência aos estudos. “Não que eu não goste da nova escola, mas aqui (na Santa Rita de Cássia) é melhor em tudo. Gostava das aulas de arte, dos professores, de tudo”, lembra. A mãe, Rosana Otembra, confirma o bom rendimento da filha, resultados dos cinco anos na mesma escola e do acompanhamento constante dos professores.
Sempre estre as três mais bem pontuadas do município nas edições anteriores do Ideb, com média que passou de 5,1 em 2005, para 7,3, em 2009, o maior desafio agora será manter os 8,6 conquistados agora. “Temos uma boa relação com os pais, o que é fundamental neste processo de educação, e com todos na escola. Não competimos, cooperamos um com os outros”, afirma a supervisora Leda Márcia Dal Gin.


Escola pública com maior Ideb em SP é administrada por fundação

Escola municipal de Barueri alcançou o maior Ideb entre mais de 4 mil escolas avaliadas no Estado

14 de agosto de 2012 | 18h 26

Davi Lira, Especial para o Estadão.edu
A Escola Municipal Professora Dagmar Ribas Trindade, localizada em Barueri e gerida por uma fundação pública, alcançou o maior Ideb entre as 4.874 escolas estaduais e municipais do Estado de São Paulo avaliadas em 2011. O índice 6,6 foi alcançado nas séries finais do ensino fundamental. O desempenho da unidade foi puxado pelo resultado alcançado na Prova Brasil, avaliação utilizada como base do Ideb, também realizada ano passado.


Inaugurada em julho de 2010, a Dagmar Ribas começou a oferecer o ensino fundamental completo apenas em 2011. "A escola é nova e tem gás, foi a primeira vez que participamos do Ideb", comemora a diretora Marlene Azevedo.Em relação às unidades da rede pública do estado, a escola obteve na Prova Brasil a maior nota em Português e ficou com a segunda melhor pontuação em Matemática. O porcentual de aprovação, outro fator que entra na conta do Ideb, ficou dentro da média do total de escolas da rede.
A Dagmar Ribas não é vinculada diretamente à Secretaria de Educação da cidade, ela é gerida pela Fundação Instituto de Educação de Barueri (Fieb) e responde diretamento ao Conselho Municipal de Educação local. "Antes havia outra escola pública no mesmo local, a Honduras, que pela baixa qualidade foi extinta", afirma a superintendente da Fieb, Neide Lúcia Minicheli.

Diferencial
A sede da escola Dagmar Ribas Trindade contrasta com a realidade do bairro humilde onde está localizada. A unidade conta com uma estrutura pouco presente na maioria das escolas públicas brasileiras.  Há aula de natação, xadrez, música, além de um departamento de Saúde, com atendimento odontológico incluído.Além do ensino fundamental, a escola ainda oferece o ensino médio regular, e cursos técnicos à noite.
"O que eu mais gosto daqui são as aulas de natação uma vez por semana", diz a estudante do 6º ano, Ana Cristina dos Santos, de 11 anos. Ela mora em outro bairro, Parque Imperial, e demora 1h20min para chegar à escola todos os dias. "Mesmo assim eu agradeço a Deus por ela estar estudando aqui", fala o pai, atualmente desempregado, Antonio José, 52.
A unidade de ensino ainda conta com laboratórios de química, física, biologia e inglês. "De diferente mesmo são os laboratórios, mas o que eu mais gosto é da disciplina bem rígida que os professores impõem", afirma o aluno do 1º ano do Ensino Médio, Daniel Souza, 15, que participou da Prova Brasil ano passado. "Sempre temos uma grande quantidade de trabalhos para fazer", diz Daniel, atualmente participando das eliminatórias da Olimpíada Brasileira de Física, juntamente com outros 11 estudantes da escola.
Acompanhamento psicológico, fonoaudiológico além de vacinação periódica, tudo gratuito, também fazem parte da rotina dos mais de 1.800 alunos da escola. Como as vagas são limitadas e a procura é grande, foi necessário promover um processo de seleção. "Tivemos que fazer um vestibulinho e fazemos sorteios para os alunos do 1º ano do ensino fundamental", diz a superintendente da Fieb, Neide Lúcia Minicheli. Segundo ela, de 8 a 10 mil candidatos tentaram estudar na escola ano passado.
Modelo
A Fundação Instituto de Educação de Barueri ainda mantém seis outros institutos técnicos e outra unidade que serviu de modelo para a Dagmar Ribas, a Maria Theodora Pedreira de Freitas, localizada em Alphaville. Essa escola de referência sempre teve destaque nos Idebs anteriores. Neste último, a unidade ficou com o 13º melhor índice.
"Diferentemente da Maria Theodora, nossa escola fica numa região carente, mesmo assim nos espelhamos neles", afirma a orientadora pedagógica da Dagmar Ribas, Priscila Cabral. Não só ela, como também, outros professores, incluindo a atual diretora migraram da Maria Theodora e passaram a trabalhar desde 2010 na atual campeã paulista.
Os resultados do Ideb 2009 da escola Maria Theodora serviu de parâmetro para que a Dagmar Ribas enfrentasse as principais dificuldades dos alunos na própria escola. "Depois de analisar o índice deles, passamos a trabalhar de maneira focada aqui com os nosso alunos", afirma a coordenadora das séries finais do ensino fundamental da Dagmar Ribas, Sirley Costa.
Foi proposto auxílio para os alunos com deficiências de aprendizagem através de plantões de dúvidas particulares, aulas de reforço no horário extra-classe e exercícios simulados. "Já estamos preparando os alunos do 8º ano para o Ideb 2013", diz Sirley.




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