16 de outubro de 2012

Educação é entrave na América Latina


Oito milhões de jovens sequer concluíram 5º ano do ensino fundamental
Cristiane Bonfanti
cristiane.bonfanti@oglobo.com.br. 16/10/2012

BRASÍLIA. Na corrida para fazer parte do seleto grupo das nações mais ricas do mundo, os países da América Latina e do Caribe se deparam com uma grande barreira. O Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, que será divulgado hoje pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mostra que oito milhões de jovens entre 15 e 24 anos - ou um em cada 12 - da região nem mesmo completaram o quinto ano do ensino fundamental e precisam de caminhos alternativos para adquirir habilidades básicas exigidas pelo mercado de trabalho.
Num conjunto de 123 países em desenvolvimento pesquisados, 200 milhões de pessoas nessa faixa etária estão na mesma condição. No mundo todo, mais de um quarto dos jovens estão desempregados ou trabalhando em ocupações que os mantêm na linha de pobreza ou abaixo dela. Num momento em que os países, sobretudo os da Europa, tomam uma série de medidas para afugentar a crise, a falta de qualificação profissional dos jovens torna-se mais preocupante do que nunca.
- É um desafio que precisa ser enfrentado por toda a sociedade, empresas e governos - disse Rebeca Otero, coordenadora de Educação da Unesco no Brasil.
No Brasil, pelos dados da Unesco, um em cada cinco jovens está desempregado - índice três vezes maior do que o verificado entre adultos. Rebeca destacou que um dos maiores desafios do país é ter jovens com competências suficientes para entrar no mercado de trabalho, como saber ler, interpretar, falar bem e trabalhar em equipe.
Na avaliação da coordenadora, o governo tem tomado medidas para suprir essa deficiência, como a expansão das escolas de ensino profissionalizante. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE no mês passado, mostrou que a taxa de escolarização de jovens de 15 a 17 anos caiu de 85,2% para 83,7% entre 2009 e 2011. Os dados da Pnad incluem apenas o ensino regular.
Para a Unesco, o ensino médio é o mínimo necessário para que os jovens consigam empregos decentes. Mas, no universo de países pesquisados, 250 milhões de crianças em idade escolar primária não sabem ler nem escrever.
O estudo calcula que serão necessários US$ 16 bilhões para alcançar a Educação Primária universal até 2015.

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