15 de outubro de 2012

Educação e infraestrutura são os exemplos lá de fora


Educação e infraestrutura são os exemplos lá de fora


Colômbia também reduziu a burocracia e EUA cortaram impostos

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Aula de inglês para crianças na Coreia do Sul: o país é visto como um modelo na área de educação
Foto: Seokyong Lee/Bloomberg News
Aula de inglês para crianças na Coreia do Sul: o país é visto como um modelo na área de educaçãoSEOKYONG LEE/BLOOMBERG NEWS
Infraestrutura chinesa, educação da Coreia do Sul, sistema tributário simplificado dos Estados Unidos e inovação da Alemanha são alguns dos exemplos internacionais nos quais o Brasil deveria se inspirar para aumentar sua competitividade, apontam especialistas. A despeito da melhora recente do país — que este ano, pela primeira vez, entrou no ranking dos 50 países mais competitivos pelo Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial, na 48ª posição —, é preciso avançar com mais velocidade e em várias frentes.

Tributos e inovação
— Vejo um compromisso com a melhoria das condições competitivas no Brasil, embora não exatamente uma política. Mas o Brasil precisa sair do discurso para a implantação. O país precisa, ao mesmo tempo, resolver problemas do passado, como a infraestrutura e o marco regulatório, assim como uma agenda de futuro, com investimento em novas tecnologias e inovação — diz o coordenador do Núcleo de Inovação da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda.
Para o diretor-presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Camarano, o Brasil melhorou, mas precisa acelerar o passo:
— Nossa logística é ruim e o desempenho em educação, ridículo.
O forte investimento em educação feito pela Coreia do Sul desde a década de 60 é um dos exemplos mais citados.
— A educação permite que se estimule a inovação. E a Coreia do Sul uniu isso a metas claras para as empresas e um desenvolvimento calcado na inserção internacional, que estimula o aprimoramento constante — afirma o professor do Insper Sérgio Lazzarini.
Da China, o modelo é a infraestrutura, que, ao reduzir os custos com logística, eleva a competitividade.
— A China surfou na onda da mão de obra barata, mas não ficou parada e investiu em infraestrutura. Isso dá ganhos pesados de competitividade e educação — diz Lazzarini.
Segundo Carlos Arruda, a China ainda tem seguido o caminho da Coreia do Sul de investir em educação, o que terá efeitos positivos no futuro.
Dos Estados Unidos vêm um sistema tributário simplificado e os estímulos à inovação. Camarano destaca que estruturas tributárias mais simples, como a americana e a canadense, não implicam tantos gastos como a brasileira, em que há impostos sobre impostos.
— Alemanha, Suécia e Estados Unidos são países que estão sempre inovando. Essa inovação vem de investimentos em pesquisas e desenvolvimento. No Brasil, não temos continuidade nas políticas, a não ser as macroeconômicas — diz o economista da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) Rodrigo Branco.
Mais que características isoladas, especialistas apontam políticas adotadas por países como Irlanda, Colômbia e Reino Unido para ampliar a competitividade. Nos anos 1980, a Irlanda criou uma agenda de desenvolvimento que lhe permitiu passar de exportador de batatas a um centro de empresas de tecnologia. Camarano cita a redução do Imposto de Renda para pessoas jurídicas e a simplificação dos processos para abrir empresas.
Já Arruda cita a simplificação dos processos burocráticos, adotada pela Colômbia, e a prioridade para o investimento em inovação, no Reino Unido, o que levou à criação de empresas como a Skype:
— A competitividade é um tema tão amplo que abriga desde marco regulatório e institucional a inovações e empreendedorismo.


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