20 de fevereiro de 2013

Violência em colégios dos EUA revela mercado de materiais escolares blindados



  • Empresa criou itens para proteger alunos em caso de ataques de atiradores
  • Linha inclui mochilas, agasalhos e notebooks blindados
Publicado:
Atualizado:


Mochila serve como escudo contra atiradores
Foto: Reprodução / Internet

Mochila serve como escudo contra atiradores Reprodução / Internet
RIO — Mochilas estampadas com imagem de princesas ou de super-heróis fazem parte da rotina de qualquer escola, seja aqui no Brasil ou em qualquer outro país. Mas, nos Estados Unidos, onde sucessivos massacres com armas de fogo em instituições de ensino deixam pais, professores e alunos cada dia mais acuados, modelos semelhantes têm agora um diferencial assustador: a blindagem.
De olho no filão surgido com o aumento da violência, pelo menos meia dúzia de empresas americanas estão produzindo materiais escolares à prova de balas. Uma delas, a Amendment II, anunciou que as vendas triplicaram após a tragédia ocorrida em dezembro de 2012, na cidade de Connecticut, quando um jovem de 20 anos matou 26 pessoas dentro de uma escola primária.
Especializada em materiais militares, a Amendment II criou uma linha de materiais para proteger os alunos em caso de ataques de atiradores. A série inclui pastas para notebooks, coletes e agasalhos, além de mochilas. Para tornar os artigos mais atraentes, são usados desenhos coloridos. Outras empresas como Bullet Blocker, LaRue Tatical, e Bulletproofme também estão apostando no segmento.
— Queremos ser sensíveis na forma como fazemos isso, mas vamos tentar divulgar que esses produtos existem e que há formas para, pelo menos, dar alguma proteção aos nossos filhos — disse Derek Williams, presidente da Amendment II, à revista americana Mother Jones.
Nos Estados Unidos, onde em abril de 1999 dois estudantes cometeram suicídio após matarem 15 pessoas, entre colegas e professores, dentro da escola Columbine, em que estudavam, quase todos os dias alguma criança ou adolescente é flagrada portando arma dentro de instituições de ensino. Em uma rápida busca no Google é possível encontrar dezenas de relatos semelhantes.
O caso mais recente ocorreu no dia 10 de janeiro deste ano, em Los Angeles, quando um estudante do ensino médio entrou armado na sala de aula e atirou em um colega, que foi gravemente ferido. E nesta segunda-feira (18), um estudante de 15 anos foi preso após uma arma ser encontrada dentro da mochila dele, em uma escola de Northwest Side, em Chicago.
Para conter o problema, o presidente Barack Obama apresentou, no dia 16 de janeiro, o programa “Now is the time” (A hora é agora) para endurecer o controle da venda e do uso de armas nos Estados Unidos. A proposta, porém, precisa ser aprovada no Congresso para entrar em vigor.
Entre os pontos básicos definidos no documento, está a segurança nas escolas. O projeto defende que as escolas estejam preparadas para casos de emergência, “como um tiroteio em massa”. “O Congresso deve conceder US$ 30 milhões de uma só vez aos Estados para ajudar as escolas a desenvolver e implementar planos de gestão de emergências”, diz o texto.
Além disso, o presidente quer levar policiais para fazer a segurança dos centros educacionais e inserir profissionais especializados em saúde mental no ambiente escolar, para prevenir possíveis crimes cometidos por alunos.


http://oglobo.globo.com/educacao/violencia-em-colegios-dos-eua-revela-mercado-de-materiais-escolares-blindados-7622729#ixzz2LQwjzNUw

Nenhum comentário:

Postar um comentário