18 de março de 2013

Espírito Santo é vice-líder de homicídios por arma de fogo



Dados do Mapa da Violência apontam a média 39,4 mortes por 100 mil habitantes

Livia Francez
18/03/2013 14:46 - Atualizado em 18/03/2013 16:44, Seculodiario.com

As altas taxas de homicídios que colocam o Estado no topo do ranking nacional de mortes violentas não são surpresa para a população. Assim como também não é o número de assassinatos por armas de fogo. De acordo com a atualização do Mapa da Violência 2013 – Mortes Matadas por Armas de Fogo, o Espírito Santo só perde para Alagoas em homicídios com este instrumento, com taxa de 39,4 mortes violentas por grupo de 100 mil habitantes. 
 
Além de ser a segunda mais alta do País, a taxa é, disparada, a maior da região sudeste. O estado de Minas Gerais registrou 13,4 mortes por 100; Rio de Janeiro, 26,4 e São Paulo 9,3 homicídios por 100 mil. A taxa abaixo de 10 registrada em São Paulo, aliás, está dentre as menores do País e, segundo o Mapa, tem caído de forma acelerada. Também está abaixo do índice considerado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como violência epidêmica, que é de 10 mortes por 100 mil. 
 
Os dados do Mapa da Violência 2013 levam em consideração as mortes por arma de fogo ocorridas entre os anos de 2000 e 2010 e mostram que, além de não haver uma tendência de queda nas mortes no Estado,  a média das taxas de crimes por arma de fogo nos dez anos chega a 42,16 mortes por 100 mil, o que é praticamente o dobro da média nacional, que ficou em 22,75. 
 
O levantamento também contradiz o que vem afirmando o recém-empossado secretário de Estado de Segurança Pública, André Garcia. Em entrevista ao jornal A Gazeta deste domingo (17). Garcia disse que manter a tendência de queda no número de homicídios é um desafio. Ele também considerou que houve queda significativa entre os anos de 2009, que ficou com taxa de 58,3 mortes por 100 mil – considerando todos os meios empregados – para 46,2 em 2012.
 
 O ano de 2009, no entanto, houve um pico anormal de mortes, chegando a 59,7 homicídios por 100 mil, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) – taxa essa que o secretario disse ser de 58,3 na edição deste domingo de A Gazeta. Mesmo com esse pico, o governo do Estado passou a usar esse ano como referência para comparação de mortes nos anos seguintes. 
 
A média da década ficou em 56,6 mortes por 100 mil habitantes, considerando todas as formas de homicídios. Se considerarmos a média até 2012, a taxa é de 55,1. Além disso, entre os anos de 2000 e 2012 o Estado permaneceu na segunda posição do ranking nacional em taxas de mortes violentas. 
 
A população sente essa insegurança, mas acha que ações preventivas devem ser tomadas. Uma pesquisa do Instituto Futura, publicada na edição deste domingo de A Gazeta, mostra que 20,9% dos entrevistados acham que para conter a violência deve haver investimento em educação. Dos dez primeiros investimentos apontados como mais importantes pelos entrevistados, três se referem diretamente ao aparelhamento e recursos humanos das polícias. Das pessoas ouvidas pelo Instituto, 15,1% apontaram que para conter a violência é necessária a contratação de mais policiais; 12,8% apontaram o investimento em segurança como prioridade e 4,4% disseram que o aparelhamento da polícia é primordial.  Na mesma pesquisa, mais de 40% dos entrevistados consideraram o  Espírito Santo o estado mais violento do País. 

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