30 de julho de 2013

Paulistas têm, no mínimo, nível médio

Em 10 anos, 96 municípios de São Paulo que tinham IDHM baixo - e 5 com muito baixo - avançaram; entre melhores, houve disparada

29 de julho de 2013 | 22h 48

Daniel Trielli, Estado de S.Pauylo
Em uma década, o Estado de São Paulo eliminou todo seu Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) ruim. Em 2000, 96 municípios tinham IDHM considerado baixo e cinco, muito baixo. Hoje não há nenhuma cidade nessas duas categorias.

Até Ribeirão Branco, na região de Itapetininga que tem a pior nota entre os 645 municípios paulistas, hoje esbanja uma taxa considerada média, de 0,639. Isso é maior que o índice do Estado de Alagoas (0,631). A cidade também foi a que teve maior aumento no Estado: em dez anos, o IDHM ribeirão-branquense subiu 38,3% (de 0,462 para 0,639), seguindo a tendência de que as cidades com pior condição em 2000 foram as que mais cresceram na última década.
Além disso, o número de cidades paulistas com índice considerado muito alto também disparou. Em 2000, só São Caetano do Sul estava nessa categoria, que inclui todos os IDHs acima de 0,800. Hoje, são 24 municípios, entre eles a capital e outras cidades grandes, como Campinas, no interior, e Santo André e São Bernardo do Campo, assim como São Caetano, no ABC paulista.
No entanto, se o índice geral mostra que o Estado melhorou em uma década, a Educação continua para trás: 39 municípios têm índice baixo nesse quesito e só três (Águas de São Pedro, São Caetano do Sul e Santos) estão ótimas.
Além disso, a melhora registrada em dez anos foi menor que a média brasileira. Enquanto o IDH paulista cresceu 11,5% no período (de 0,702 para 0,783), o do Brasil aumentou 18,8% (de 0,612 para 0,727), puxado pelo ritmo do Norte e do Nordeste. Mesmo com o resto do País alcançando São Paulo, o Estado continua em segundo lugar no ranking, atrás só do Distrito Federal (0,824).
Geografia
Em todos os quesitos, as cidades com pior índice se concentram em duas partes do Estado: a área de Itapetininga, no sudoeste paulista, e o Vale do Paraíba. Há 13 anos, esses locais tinham o maior número de IDHs baixos e muito baixos e hoje têm mais cidades com taxa média.
Entre as dez cidades com piores índices paulistas, duas estão no Vale do Paraíba e sete estão na mesorregião de Itapetininga. A que sobrou, no entanto, fica logo ao lado: Barra do Turvo, no litoral sul.
Procurado ontem pelo Estado, o governo estadual não comentou o estudo do PNUD.

Entre os melhores lugares do Brasil, renda não é determinante


Mercadante. Para ele, até a pior do País evoluiu muito
L.P,Rafael Moraes Moura e Rafael Della ColettaPor Regiões, destaque é para Palmas, Brasília, Fernando de Noronha, Florianópolis e São Caetano
A característica que une as piores cidades do País é a falta de renda, a economia quase sem saída e a educação em níveis muito baixos. Entre elas, o IDHM Educação mais alto, de Assunção do Piauí, é de só 0,382, muito longe do limite para ser considerado baixo. Na outra ponta, as melhores cidades do País nem sempre têm rendas tão altas.Assis, em São Paulo, tem renda per capita de apenas R$ 967mas, ainda assim, têm uma economia muito mais dinâmica e oferece serviços sociais muito melhores.
Todas elas estão nas Regiões Sul e Sudeste e incluem seis capitais. Apesar das dificuldades apontadas especialmente nas redes escolares e de saúde de grandes capitais como São Paulo, Porto Alegre e Vitória, a estrutura já estabelecida, o orçamento alto e os recursos que circulam dão a essas cidades uma capacidade muito maior de resolver os problemas dessa população.
Por região. Com mais de 180 indicadores para os mais de 5.500 municípios do País, a atual edição do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil também permite uma análise das cidades mais bem colocadas por região. A capital de Tocantins, Palmas, por exemplo, atingiu IDHM de 0,788 e lidera o desenvolvimento humano na Região Norte. No Nordeste.Fernando de Noronha (IDHM de 0,788) é o mais bem colocado, enquanto que a maranhense Fernando Falcão (0443) ocupa o outro lado da tabela. O ranking no Centro-Oeste é encabeçado por Brasília, com IDHM 0,824, enquanto que a pior pontuação fica com Japorã (MS), com IDHM 0,526.
Os municípios das regiões Sul e Sudeste com maior índice de desenvolvimento são Florianópolis (0,847) e São Caetano do Sul, respectivamente. A outra ponta da tabela é ocupada, nas duas regiões, pela paranaense Doutor Ulysses (0,546) e pela mineira São João das Missões (0,529). A cidade que mais avançou no IDHM nos últimos 10 anos foi Mateiros, no Tocantins. Desde 2000,Mateiros conseguiu avanço de 0,326 pontos no indicador, indo de 0,281 para 0,607 pontos.

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