21 de novembro de 2013

Mortes de motociclistas crescem 932% em 15 anos no Brasil

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BRASÍLIA — O número de motociclistas mortos em acidentes no Brasil subiu 932,1% no período de 1996 a 2011, o que faz dos usuários de moto as maiores vítimas fatais no trânsito. O retrato dessa epidemia letal por ruas e estradas do país está no Mapa da Violência 2013 — Acidentes de Trânsito e Motocicletas, um levantamento estatístico com base em registros de óbito do Ministério da Saúde, que será lançado hoje.
Em 2011, os motociclistas e seus passageiros que perderam a vida em acidentes responderam por um terço do total de óbitos no trânsito. De 43 mil vítimas fatais, nada menos do que 14,6 mil estavam sobre motos ou triciclos, sendo que maioria deslocava-se em veículos de duas rodas.
Rio e São Paulo estão entre as cinco unidades da Federação cuja taxa de mortos no trânsito caiu na última década, entre 2001 e 2011, passando de 18,7 para 17,2 óbitos por 100 mil habitantes. Dentre as vítimas que andavam de moto, o Rio tinha a terceira menor taxa do país em 2011 (3,8), atrás só de Acre e Amapá. O Piauí tinha a maior taxa: 30,4.
No Brasil, o segundo grupo com maior número de mortos em 2011 foi o de ocupantes de carros: 12,4 mil ou 28,7% do total. Em terceiro lugar, os pedestres, que eram as principais vítimas do trânsito até 2008 e, em 2011, ficaram atrás de usuários de motos e carros, com 11,8 mil vidas ceifadas por atropelamentos.
Em 1996, primeiro ano em que o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) especificou os registros de óbitos de motociclistas, morreram 1.421 usuários de moto. Esse número subiu para 5,4 mil em 2000, até alcançar 11.839 em 2009, quando motociclistas passaram a ser o grupo com mais vítimas.
— A motocicleta virou o carro dos pobres — diz o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência.
De acordo com o Mapa, havia 4 milhões de motos no Brasil em 2000, 13,6% do total de veículos. Esse número saltou para 18,4 milhões ou 26,1% da frota, em 2011. Ao cruzar dados da frota com as taxas de mortalidade, Julio Jacobo constatou que o número de óbitos de usuários de moto cresceu mais do que a quantidade de motocicletas em circulação. Com os carros, ocorreu o inverso. Ou seja, o risco de andar de moto aumentou.
O Mapa da Violência 2013 será lançado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), organização não governamental presidida pelo sociólogo Jorge Werthein:
— Há responsabilidade do poder público, que precisa melhorar o transporte público — diz.
Enquanto os óbitos de usuários de moto cresceram 932,1% no período analisado, as mortes de ocupantes de carros subiram 72,9% e as de pedestres caíram 52,1%. O segundo segmento com maior aumento de vítimas foi o dos ciclistas, com acréscimo de 203,9% e 1,8 mil mortos em 2011. O Mapa estima que o custo decorrente dos acidentes de trânsito no país, em 2011, tenha atingido R$ 44,6 bilhões, o que inclui despesas com 159 mil internações hospitalares no SUS.

Portal ORM, Belem

Mortes de motociclistas crescem 932% em 15 anos

Aumento, de 96 a 2011, fez dos usuários de moto as maiores vítimas no trânsito

21/11/2013 - 07:05 - Brasil
O número de motociclistas mortos em acidentes no Brasil subiu 932,1% no período de 1996 a 2011, o que faz dos usuários de moto as maiores vítimas fatais no trânsito. O retrato dessa epidemia letal por ruas e estradas do país está no Mapa da Violência 2013 — Acidentes de Trânsito e Motocicletas, um levantamento estatístico com base em registros de óbito do Ministério da Saúde, que será lançado hoje.

Em 2011, os motociclistas e seus passageiros que perderam a vida em acidentes responderam por um terço do total de óbitos no trânsito. De 43 mil vítimas fatais, nada menos do que 14,6 mil estavam sobre motos ou triciclos, sendo que maioria deslocava-se em veículos de duas rodas. O segundo segmento com maior aumento de vítimas foi o dos ciclistas, com acréscimo de 203,9% e 1,8 mil mortos em 2011.

Rio e São Paulo estão entre as cinco unidades da Federação cuja taxa de mortos no trânsito caiu na última década, entre 2001 e 2011, passando de 18,7 para 17,2 óbitos por 100 mil habitantes. Dentre as vítimas que andavam de moto, o Rio tinha a terceira menor taxa do país em 2011 (3,8), atrás só de Acre e Amapá. O Piauí tinha a maior taxa: 30,4.

No Brasil, o segundo grupo com maior número de mortos em 2011 foi o de ocupantes de carros: 12,4 mil ou 28,7% do total. Em terceiro lugar, os pedestres, que eram as principais vítimas do trânsito até 2008 e, em 2011, ficaram atrás de usuários de motos e carros, com 11,8 mil vidas ceifadas por atropelamentos.

Em 1996, primeiro ano em que o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) especificou os registros de óbitos de motociclistas, morreram 1.421 usuários de moto. Esse número subiu para 5,4 mil em 2000, até alcançar 11.839 em 2009, quando motociclistas passaram a ser o grupo com mais vítimas.

— A motocicleta virou o carro dos pobres — diz o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, autor do Mapa da Violência.
De acordo com o Mapa, havia 4 milhões de motos no Brasil em 2000, 13,6% do total de veículos. Esse número saltou para 18,4 milhões ou 26,1% da frota, em 2011. Ao cruzar dados da frota com as taxas de mortalidade, Julio Jacobo constatou que o número de óbitos de usuários de moto cresceu mais do que a quantidade de motocicletas em circulação. Com os carros, ocorreu o inverso. Ou seja, o risco de andar de moto aumentou.

O Mapa da Violência 2013 será lançado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), organização não governamental presidida pelo sociólogo Jorge Werthein:

— Há responsabilidade do poder público, que precisa melhorar o transporte público — diz.
Enquanto os óbitos de usuários de moto cresceram 932,1% no período analisado, as mortes de ocupantes de carros subiram 72,9% e as de pedestres caíram 52,1%. O Mapa estima que o custo decorrente dos acidentes de trânsito no país, em 2011, tenha atingido R$ 44,6 bilhões, o que inclui despesas com 159 mil internações hospitalares no SUS.

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