27 de maio de 2017

De ‘Harry Potter’ a Robin Williams, relembre professores da ficção

NO CINEMA


THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO
O diretor Billy Wilder (1906-2002), tão bom frasista quanto cineasta, disse que as únicas pessoas na equipe de produção de um filme que precisam ter frequentado uma boa escola são os roteiristas. Provavelmente por causa deles o cinema presta muitas homenagens aos professores que os ensinaram.
A produção britânica “Ao Mestre, com Carinho” foi reverenciada durante décadas como o exemplo acabado do “professor herói” na tela. Sidney Poitier coloca na linha estudantes problemáticos de uma escola londrina. O impacto do filme era esperado, na ousadia de escalar em 1967 um professor negro lidando com adolescentes brancos. O sucesso foi impulsionado pela canção-tema, “To Sir with Love”, com a cantora inglesa Lulu.
Outro filme popular de professor batuta veio com o estilo verborrágico do ator Robin Williams (1951-2014), que ajudou a transformar “Sociedade dos Poetas Mortos” (1989) no filme favorito dos jovens tímidos e deslocados no mundo, que então passavam as tardes sozinhos no quarto com seus livros.
Entre garotos com hormônios em fúria, uma professora pode arrebatar corações. Mais ainda se elas forem parecidas com Michelle Pfeiffer ou Julia Roberts.
Em “Mentes Perigosas” (1995), que consegue um roteiro eficiente a partir de uma ideia absurda, Michelle Pfeiffer faz o improvável papel de uma ex-fuzileira naval que é transformada em professora de garotos numa escola barra-pesada.

Um filme cheio de boas intenções, assim como “O Sorriso da Monalisa”. Julia Roberts, a atriz mais badalada de Hollywood naquele ano de 2003, brigou com seu agente para aceitar esse papel. Um filme antiquado, em que poucos acreditavam, mas grande sucesso de bilheteria entre o público feminino. A personagem de Julia, uma professora moderninha nos anos 1950, é um exemplo para qualquer menina.
Quando se trata de professores no cinema, impossível não citar a franquia “Harry Potter”, já que a trajetória do bruxinho é recheada de professores, alguns muito do bem e outros nem tanto. Entre os atrativos charmosos da série, é ótimo ver alguns mestres de Hogwarts na pele de ícones britânicos como Maggie Smith, Alan Rickman (1946-2016) ou Kenneth Branagh.
É curioso ver que dois dos professores mais legais do cinema estão ligados à música. Em “Escola do Rock” (2003), o comediante (e roqueiro) Jack Black finge ser professor e organiza uma banda com seus alunos para competir num torneio de novos talentos. Com uma trilha sonora de clássicos do rock e o ator em seu melhor momento, o filme é desses para ver e rever.
O último mestre nesta lista não é exatamente bacana, mas talvez seja o que mais luta para desenvolver seus alunos. J.K. Simmons ganhou o Oscar de ator coadjuvante por “Whiplash” (2014), como o duríssimo professor de música que ensina bateria até as mãos de seu pupilo sangrarem. Humilhações e tortura psicológica fazem parte do currículo imposto pelo professor, num dos melhores filmes das últimas temporadas.

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